Este assunto despertou minha curiosidade!
Uma leitora (fofa!) do blog, em meio aos posts sobre
Buenos Aires, me perguntou sobre o Zoológico
de Lujan, localizado a 70 Km da cidade argentina.
Como não havia visitado, fui pesquisar detalhes e me deparei
com um assunto interessante e sobretudo polêmico!
Na entrada, coleção de carros antigos do proprietário |
A característica do lugar, apesar de ser um zoo pequeno, é
que os visitantes podem entrar nas jaulas dos animais, acariciá-los e
alimentá-los, sempre em companhia de um instrutor.
Assim, o meu despertar curioso encontrou muitas opiniões
sobre o local. Alguns visitantes descrevem como sendo um lugar mágico e único
pela experiência ao ter contato (bem de perto) com animais selvagens, inclusive
alimentando-os; outros como desrespeitoso aos animais e perigoso.
Visitante alimenta urso |
Daí pergunto: é possível
domesticar espécies predadoras como leões, tigres e ursos sem sedativos, e
colocá-los em contato direto com o público de forma que ninguém corra risco??
Baseado então em diversas reportagens vou resumir para não ficar
chato de ler!
O lugar existe
desde 1994 e os primeiros animais faziam parte da coleção pessoal do dono,
Jorge Alberto Semino. Com o tempo, Semino foi agregando novos exemplares,
muitos vindos de doações e resgaste de circos etc e, hoje, um terreno de 15
hectares abriga jaulas e setores arborizados, onde os visitantes podem,
inclusive, passar o dia e fazer churrasco, além de interagir com os animais.
Visitantes passam o dia no zoo |
Muitos visitantes descreveram em suas visitas que os animais
estão constantemente "dopados", vistos sonolentos durante o dia. A direção nega
uso de medicamentos e explica que os felinos predadores têm hábitos noturnos e por
isso dormem durante o dia.
Tigre dormindo na jaula |
O grande "X" é: como esses animais permitem ser acariciados e
ficam passivos e dóceis a todo instante?
Visitantes acariciam felinos |
Santiago
Semino, coordenador do zoológico, diz que os tratadores estão em contato com os
animais desde que eles nascem e sabem ler suas reações e humores, o que
evitaria acidentes.
Diz que os
felinos do zoológico são todos nascidos em cativeiro e criados desde pequenos,
de forma a perder seu instinto predador e de competitividade, além de serem
criados junto com cães e tratados como tais.
Filhote |
Nos primeiros 100 meses de vida diz ser preciso incorporar todos os costumes
de convivência pacífica, trabalhando com as mãos e ensinando o animal a
diferenciar o que é comida da mão do cuidador.
Dessa forma, se tornariam bichos
mansos, quietos e aptos a manter contato com os humanos.
Visitantes acariciam filhote de leão |
Algumas técnicas, como recompensá-los
por bom comportamento (os tratadores em Lujan o fazem quando dão leite aos
felinos) e tratar animais adultos como se ainda fossem filhotes, os fazem ficar
mais tranquilos e tolerar melhor o contato com pessoas.
Visitantes com filhote no colo |
“Nós damos
a possibilidade de seres humanos terem uma relação com os animais. Esse tipo de
prática é muito nova, começou a ser estudada na década de 1950, e mostra que
algumas espécies podem ter seu comportamento modificado. Esses animais são
nascidos em cativeiro e não podem voltar para a natureza, já perderam seus
instintos. Há duas possibilidades: que eles fiquem dentro das jaulas e os
visitantes do lado de fora, ou que as pessoas entrem, façam fotos, vídeos e os
conheçam de perto”, diz Santiago Semino.
Visitantes aguardam para entrar em jaula de animais |
Especialistas
em animais selvagens explicam que a domesticação é um processo longo, leva várias gerações para a seleção
genética (como aconteceu com cães e gatos ao longo de milhares de
anos). O que acontece em Lujan são treinamentos e condicionamentos
comportamentais. Segundo eles, os animais, por mais dóceis e bem tratados que pareçam,
continuam selvagens e não perdem seus instintos, não significando que a
história evolutiva da espécie foi rompida. Entendem que este condicionamento é
possível, porém ainda com risco de “acidentes” (o zoo diz que os animais dali não representam risco algum....)
Até hoje, não há relatos de ataques a visitantes
no zoológico!
Fontes:
http://www.zoolujan.com/
http://ultimosegundo.ig.com.br/ciencia/meioambiente