Sweeney Todd

Só pra não passar do prazo!

Sweeney Todd - the musical encerra em 22 de setembro a sua temporada no Adelphi Theatre, em Londres.

Então, para quem ainda tiver oportunidade até lá, é uma excelente pedida!

Diferente, lírico, macabro....Quem assistiu ao filme de Tim Burton, com Jonny Depp, não vai entender aonde tanto terror pode virar magia...Mas vira!!

Primeiro: Ver Michael Ball no teatro! E ele prometeu que estará lá até o final da temporada!

Michael Ball 2012*

Ouví-lo cantar músicas como Pretty Women é de arrepiar qualquer fã de teatro musical. Além do mais, ele dá um show a parte com sua parceira de palco, a fabulosa Imelda Staunton (famosa pelos filmes do Harry Potter).
Ela torna o musical hilário e parece que o palco é sua verdadeira casa! Eles arrancam gritos, aplausos e delírios da platéia!

A dupla!*

Segundo: ouvir a música de Stephen Soundheim, que como definiu o próprio Michael Ball, gloriosa!!
E é mesmo belíssima!
Esse vídeo é do "próprio" cantando as minha duas músicas preferidas!! Vale a pena.....

Terceiro: um espetáculo de cenografia e iluminação. É escuro mesmo, criando a atmosfera perfeita do que a peça quer passar!

Cenário*

Quarto: Diferente!
Sem o tradicional componente dança-sorrisos (que por sinal eu amo, quero deixar claro!!rs) usuais aos musicais de grande popularidade!
É uma combinação de grande atuação, de grandes nomes, com música de um grande compositor.

Produção West End 2012*

Sobre o enredo, brevemente:

No Adelphi Theatre

Benjamin Barker retorna à sua barbearia, na Fleet Street, em Londres, com o nome de Sweeney Todd (Michael Ball) para vingar-se do passado, especialmente do juiz corrupto que roubou-lhe a mulher e sua filha.
Junta-se para isso com Mrs Lovett (Imelda Staunton), que faz sucesso com sua tortas de carne, feitas com as vítimas do barbeiro do piso superior.

Sim, horrível...mas pensemos na ficção e na arte, sim?!!

Imelda Staunton e Michael Ball*

A Fleet Street, onde tudo se passa, é uma rua da cidade de Londres, hoje bastante movimentada e ainda conhecida por no passado ter abrigado os principais escritórios da imprensa londrina. Tem o nome por causa do Rio Fleet, o maior rio subterrâneo da cidade de Londres.

Fleet Street

A história é fictícia, nunca existiu um verdadeiro Sweeney Todd. No entanto a idéia vem de um conto londrino (tipo folhetim) de 1846. Existem relatos desde 1785 de assassinatos perto da Rua Fleet pelo assassino "cortar a garganta"... mas nada comprovado destas terem sido as verdadeiras inspirações.

Curiosidade: sabiam que no passado este símbolo era marco de barbearias? Isso desde a Idade Média, quando os barbeiros faziam pequenas cirurgias e até extrações dentárias!

Era vermelho, azul e branco nos EUA. Somente vermelho e branco em outros países.
O vermelho sinalizava o "sangue"e o branco as bandagens!

Ainda hoje, andando pelo Reino Unido, identificamos algumas barbearias pelo sinalizador listradinho!


Agora ele (rs):

Michael Ball é um ícone do teatro musical inglês, famoso, entre inúmeros papéis, por estrear Marius em Les Miserables, por Hairspray e por Alex, de Aspects of Love (em 1989).

Este último, musical de Andrew Lloyd Webber, famoso pela música Love Changes Everything.

Na stage door!

Comigo! jul/2012

Agora uma dica pra entrar no clima:

Como depois do teatro você não vai querer comer torta de carne (nem empada que é parecida) por um bom tempo, que tal um jantar pré teatro no Porters, em Covent Garden, pertinho do West End!

17 Henrietta Street, Covent Garden, Londres.

Torta!!

Um típico restaurante inglês, mas não peça Fish and Chips, peça torta de carne!!!! rsss

fotos (*): net; ( ) acervo

Alice (e Oxford!)

Neste sim, após conhecer a Christ Church e Oxford aqui, algumas curiosidades sobre as obras "Alice"!!

O autor....

Em 1851 foi o ano que Charles Dodgson chegou à Christ Church, Oxford para estudar e lá passou sua vida mais tarde também como professor de matemática.

 Usava como pseudônimo o nome de autor Lewis Carroll.

Charles Dogdson (Lewis Carroll)

Dodgson também era fotógrafo, e foi fotografando os jardins da Christ Church que conheceu Alice Liddell e suas 2 irmãs (Edith e Lorina), filhas do reitor da Universidade na época, em1856.

Como surgiu o livro.....

Ele sempre gostou da companhia de crianças; seu quarto, dizem, parecia uma loja de brinquedos. Com as irmãs Liddell, fazia caminhadas frequentes pelo Botanic Garden (aqui) e a elas contava histórias.

Quem já viu o desenho-filme da Disney Alice in Wonderland, sabe que o texto é cheio de trocadilhos (maluquetes, por sinal). Era assim mesmo que ele contava suas histórias e Alice adorava isso.

As 3 filhas do Deão Liddell, de William Blake, 1864.

O conto surgiu em 4 de julho de 1862, quando eles foram fazer um passeio de barco pelo Tâmisa. O Reverendo Duckworth, amigo de Dodgson, também os acompanhou. Dodgson no fim do mesmo dia escreveu toda a história chamando-a de Alice's Adventures Under Ground. 

Só dois anos mais tarde, em 1864, é que a tornou a ler, acrescentou-lhe então algumas personagens e  capítulos alterando o título para Alice's Adventures in Wonderland. O livro foi editado no ano seguinte, em 1865.

Seis anos mais tarde (1871), ele continuou a história em Though the Looking Glass. Este último livro possui uma atmosfera mais sombria, provavelmente resultado da depressão em que o autor se encontrava após a morte de seu pai em 1868. 

O nome foi inspirado na grande penteadeira com espelho da avó de Alice. Na época, as crianças foram passar um tempo na casa de sua avó, em Cheltenham, porque sua mãe esperava um bebê.

Os personagens....

Originalmente contada no barco, Dodgson nomeou os participantes da "excursão"como personagens da sua história:

Ele era o Dodo
Alice, a heroína
Seu amigo Duckworth- o pato (no livro)
Lorina- o papagaio (no livro)
Edith- a águia (no livro)

É a passagem da "corrida para se secar", comandada pelo Dodo no livro. Realmente tinha começado a chover durante o passeio e Dodgson levou todos a se abrigarem em um casebre! 

A corrida no desenho (não, não tem todos os personagens do livro!)

O gato: em Cheshire, condado onde Dodgson cresceu, eram famosos queijos moldados em formatos de gato! Isso era uma tradição celta!

O Chapeleiro Maluco: A frase "mad as a hatter"(louco como um chapeleiro) era comum naquela época. Os fabricantes de chapéus usavam mercúrio para curtir as peles dos seus produtos e a substância levava a intoxicação.

Ahhh, a etiqueta 10/6 era o preço do chapéu- na época 10 shillings e 6 pennies!!

A foca e o carpinteiro: deve ter surgido ao visitar primos na região de Sunderland, região de muitas ostras e carpinteiros que fabricavam navios. 

O pai de Alice, Henry Liddell, pode ter inspirado o Coelho Branco. Ele estava sempre correndo atrasado; para que ele adentrasse à Catedral da Christ Church, tinha que percorrer todo o pátio do college e era de costume  estar atrasado para os compromissos! 

A gata Dinah era realmente a gatinha de Alice Liddell!

Esta foto abaixo foi tirada por Dodgson com Alice e sua irmã Lorina usando roupas chinesas emprestadas do Museu. 

Na ocasião, ele contava a elas sobre os costumes chineses e sobre o hábito dos súditos chineses terem que cair de cara no chão para reverenciar o Imperador. 

Lembra-se sobre as cartas reverenciando a rainha de Copas?!! Um comentário da própria Alice Liddell sobre isso: "como reverenciar dessa maneira se assim não podem vê-lo"!!

A marcha das cartas!

Dodgson adorava as esculturas da Ripon Cathedral, em Yorkshire onde seu pai foi Reverendo. Alice Liddell também vivia imaginando que as esculturas de leões das escadarias da Christ Church vinham atrás dela! 

Escultura da Ripon Cathedral

Dizem que estes adereços da lareira do Great Hall da Christ Church inspiraram o pescoço crescendo da Alice! rs

Fotografia.....

Aparentemente mais de 50% das suas fotos traziam como tema a nudez em meninas. Isto alimenta a especulação de que Carroll tenha sido um pedófilo. 

Após anos de amizade com a família Liddell, em 1963 houve uma ruptura, de certa forma abrupta, que parece ter sido causada pelo desejo de Carroll em se casar com Alice (então com 11 anos). 

Alice Lidell aos 8 ou 9 anos - foto tirada por Lewis Carroll

Entretanto, nunca houve suficiente evidência para esta teoria e diversas páginas de seus diários, que fazem referência a este período foram arrancadas provavelmente por familiares, na tentativa de preservar a reputação da família.


Alguns estudiosos contrariam esta teoria, afirmando que na época, o nu infantil era uma alusão à inocência da criança na Inglaterra Vitoriana e, além do mais, todas as fotos tiradas por ele tinham autorização das famílias.

Evelyn Hatche, 8 anos - foto tirada por Lewis Carroll

Na medicina.....

Ele provavelmente sofria de enxaqueca, o que foi retratado em seu diário.

As alucinações visuais retratadas nas suas obras, sobretudo as distorções de tamanho experimentadas por Alice, são também encontradas nas auras enxaquecosas (alterações que geralmente antecedem as crises de dor de cabeça). É bem possível que Carroll tenha se inspirado em sua própria doença para criar tais imagens.

Além disso, em 1955 o psiquiatra inglês John Todd descreveu uma síndrome, conhecida por síndrome de Alice no País das Maravilhas, caracterizada por alucinações e distorções na percepção visual onde o paciente experimenta mudanças de forma ou tamanho do corpo, tudo parecendo estar em menor tamanho - micropsia (como a Alice na casa do coelho)! 

Micropsia caracteriza a síndrome

Agora essa foi boa:

O êxito do livro foi tal que a verdadeira Rainha - não a de Copas, mas a Rainha Vitória - chamou Lewis Carroll à sua presença dizendo-lhe que tinha adorado o livro. E perguntou:

- O Sr. já escreveu mais algum livro?

- Já, Majestade. Já escrevi mais alguns além deste!

- Quero lê-los todos! Mande-me um exemplar de cada!
No dia seguinte, chegavam à presença de sua Majestade, a Rainha Vitória, todos os tratados matemáticos escritos por Charles Dodgson (Lewis Carroll)!!!

Fontes: Wikipédia
            The World of Alice - Mavis Batey
            http://www.alice-in-wonderland.net